No
contexto da Igreja é muito comum a pratica de reunir-se de tempos em tempos
para tomar decisões. Neste tipo de encontro sinaliza-se a opção por uma
vivência democrática. Todas as pessoas podem apresentar seus pontos de vista,
argumentar, questionar, sugerir e propor. E isso só pode ser feito a fim de
honrar a Deus, indicar o compromisso com o Reino e beneficiar toda a
coletividade em meio à diversidade e pluralidade existente. Por conseguinte, em
todo o processo de cada conclave, composto pelas etapas da preparação, execução
e conclusão, pede-se a direção do Pai Celeste e clama-se a Ele força e inspiração
para não tirar o Evangelho do foco em nenhum momento. A comunidade cristã
procede deste modo como reverência Àquele que é o Supremo Amor e o único
Salvador e Senhor. Além disso, age-se deste modo com o intuito de não banalizar
o nome de Deus.
A
Igreja ao tomar os cuidados acima descritos demonstra que ela é formada por
pessoas que resolveram render-se ao senhorio de Jesus Cristo e com Ele
caminharem. Cristo é Santo, Justiça, Misericórdia, dentre outras coisas. Já os
homens e as mulheres, quando permitem a influência do Espírito Santo, às vezes
são santas, justas e misericordiosas. E quando se desconectam do Deus da Vida,
em nome dos seus próprios interesses e das suas idolatrias, permitem com que a
corrupção, a manipulação, o descontrole, o abuso, a exploração, a enganação, os
conchavos, as articulações, as traições e toda a sorte de maldades orientem
suas reflexões e ações. Logo, por ocasião do ocorrido nas reuniões, tamanha
irresponsabilidade culmina com uma falsa postura cristã de ludibriar as pessoas
com baixo senso crítico dizendo-lhes que tudo está sendo feito para a glória do
Senhor e sob a condução do Santo Espírito. Como agravante, as expressões
hipócritas “Deus quis”, “Deus permitiu” e “Deus fez a sua vontade” passam a ser
adotadas com o intento de maquiar uma realidade sombria, suja e separada dos
propósitos celestiais. Consequentemente, prevalecem o desrespeito ao nome do
Senhor e a irreverência.
Uma
vez que as pessoas decidiram viver para Cristo, é preciso proceder
intencionalmente buscando honrá-lo e confiar que o Espírito Santo as auxiliará
para que este objetivo se concretize. Se acaso alguém quiser fazer diferente,
seja honesta para com Deus e com os demais integrantes da Igreja usando as
seguintes frases como exemplo: “Eu decidi”, “Eu me reuni com pessoas que
partilham dos meus interesses egoístas para agirmos de tal forma”, “Eu traí
como parte da minha estratégia”, “Eu não consultei a Deus”, “Eu não me sujeitei
ao Evangelho”, “Eu manipulei”, “Eu fiz conchavos”, “Eu estou colocando os resultados
na conta de Deus para sensibilizar vocês”. Não obstante, é oportuno lembrar que
Jesus Cristo é a cabeça da Igreja. A Igreja composta por seres humanos,
sabedora das suas fraquezas e limitações, procura manter-se firmada na Rocha,
isto é, no Evangelho. Este último, quanto mais compreendido e experimentado
pelos discípulos e discípulas, passa a ser concretizado no cotidiano para o bem
do indivíduo, da comunidade cristã e da sociedade. Por fim, que todas as
reuniões e demais ações da Igreja tragam consigo a beleza e a transformação do
Evangelho.
Graça,
paz e bem!
4 comentários:
O que revolta nessas ocasiões é usar o nome de Deus para autenticar decisões humanas e egoístas, deveria usar de sinceridade e falar no seu próprio nome e não usar o nome de Deus para manipular as pessoas.
Caro amigo e Pr. Edemir;
Excelente reflexão; este tema é muito pertinente para nossos dias!
Suas publicações tem por muito contribuído ao meu conceito, de forma muito relevante e didática.
Rev. Edemir, trazendo sua reflexão para a nossa realidade, diante de fatos, crises e criticas comentados neste OM sobre a situação da Igreja,será que no próximo Concilio Geral as decisões serão tomadas com as declarações que você está pontuando? "Deus quis", "Deus permitiu", ou "eu decidi" "eu manipulei"?
Paulo: A possibilidade da prática do mal bate sempre à nossa porta. Resistir a isso, sem o auxílio do Espírito de Cristo, é impossível. Todavia, o fato lamentável é atribuir a Deus aquilo que não tem nada a ver com Ele.
Humberto: Obrigado pelas palavras. Mantenha a sua mente e coração em Jesus Cristo e não se permita enredar pelos assédios “eclesiásticos”. Prossigamos na caminhada.
Eliane: As decisões estão com os/as delegados/as e bispos/as. Eu gostaria que eles/as fossem fiéis ao Evangelho... Possivelmente quase tudo já esteja acertado entre os/as partícipes do conclave, mas eu não tenho certeza se o foco deles/as é honrar a Deus e beneficiar toda a igreja. Vamos orar e aguardar.
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