O trabalho e o seguimento de Jesus

Não é de hoje que a precarização do trabalho no Brasil é uma realidade. A fim de alcançarem maiores influências, privilégios e lucros, para prejuízo da população trabalhadora majoritária,  os representantes do Grande Capital ao longo dos anos assediam indiscretamente pessoas de referência nos poderes executivo, legislativo e judiciário. Todavia, o ataque contra o/a trabalhador/a e seus direitos intensificou e se acirrou após a tomada do poder pelo senhor Temer e sua base de aliados/as políticos/as. Vale ressaltar que diversos artigos científicos recentes e pesquisas variadas sinalizam as transformações do trabalho e o impacto social que já é possível visualizar, qualificar e quantificar.

As terceirizações e outras modalidades de contratação, associadas às flexibilizações das jornadas e remunerações do trabalho, e a transformação do/a trabalhador/a–pessoa física em pessoa jurídica (pejotização) configuram-se hoje como elementos de um pacote laboral nefasto imposto pelos capitalistas ao povo trabalhador. Não obstante,  nos espaços tradicionais em que o trabalho ainda é regido pela CLT, sem os atuais “adendos” neoliberais da era Temer, também se percebe a precarização com a inserção de bancos de horas, contratação de pessoal com salários reduzidos, espaços laborais inadequados, também como trabalhadores/as que recebem a tarefa de assimilar e realizar o que anteriormente era feito por cinco ou mais funcionários/as.

É fato que tudo isso tem cooperado para a exclusão, o desgaste, a doença e a morte de muitas pessoas. Os direitos de quem trabalha diminui, os deveres aumentam, em suma prevalece o abuso perpetrado pelas classes abastadas contra a maior parte da população brasileira. Diante deste quadro, a conclusão é que todos os acordos jurídico-político-econômicos que foram realizados e estão sendo implementados para o prejuízo de quase toda sociedade são agressões contra o próprio Deus. Os pecados individuais dos/as poderosos/as crescem, se sofisticam e se concentram a ponto de criar uma estrutura pecaminosa que fomenta e promove o mal social. Além de tudo isso ser algo desumano, agride a confissão de fé daquele/a que foi impactado/a pelo Evangelho de Jesus Cristo, pois o Senhor é a favor da vida e valoriza grandemente o/a trabalhador/a.

Mulheres e homens que tem um relacionamento de amizade honesta e verdadeira com o Deus da Vida não podem consentir com a realidade brasileira supramencionada, antes devem orar, denunciar, resistir e agir. Precisa estar vivo na memória de quem rendeu sua vida a Cristo que a pessoa trabalhadora é digna do seu salário; que o amor ao/à semelhante inspira e direciona toda a vida cristã; e que a construção da paz e a promoção da bondade também estão inclusas no fruto do Espírito. Por fim, ninguém tem a autorização de abusar de ninguém. E se somos de fato parte do povo de Deus, seguidores/as de Jesus e pessoas cheias do Espírito Santo, o nosso compromisso com o Reino deve ser percebido em nossas palavras, silêncios e atitudes.

Graça, paz e bem!