terça-feira, 30 de junho de 2009

A paz do céu encheu meu coração


“Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados”. [Colossenses 3,15]

Uma pessoa com o coração inebriado pelo egoísmo tem a energia capaz de promover a deterioração dos relacionamentos com Deus, com o próximo e consigo mesma. Alguns sinais desta degradação são visíveis nas seguintes posturas: fazer justiça com as próprias mãos, revidar com violência, manipular Deus, gastar tempo com coisas supérfluas e banais achando que estas são importantíssimas, ser sempre o centro das atenções, dar vazão às compulsões, mentir exageradamente para viver, fazer do/a irmão/ã um capacho, viver perigosamente sempre e lançar-se ao insaciável e fútil hedonismo. Atuar destas maneiras é o mesmo que dar início à própria corrosão. O coração se dilacera porque ele não foi criado para entrar no ritmo da insaciabilidade dos anseios individualistas. Tamanha angústia consome a alma, o corpo e a mente do/a homem/mulher porque ele/a acaba entrando num círculo vicioso que o/a escraviza mergulhando-o/a nos lugares mais profundos e tenebrosos do pecado.

É possível afirmar que Paulo percebeu algo muito semelhante a este vazio sôfrego na Igreja em Colossos. O apóstolo, desde o início da sua carta até o verso supramencionado, discorre àqueles/as irmãos/ãs sobre a urgência de se caminhar com Cristo desprendendo-se das amarras do mal e do pecado. Paulo instiga o povo cristão em Colossos a refletir sobre o ministério de Jesus, a meditar sobre a simplicidade do Evangelho, a recusar os relacionamentos oportunistas fundamentados na lei da vantagem, a negar os atos viciosos que desumanizam a humanidade criada à imagem e semelhança de Deus, e a deixarem para trás os cerimonialismos cúlticos e práticas religiosas que escravizam. É a estes corações acelerados pela avidez destes sentimentos sem rédeas que Paulo apresenta a cura e o alento, somente alcançados em Jesus, especialmente na paz de Cristo. Paz que permite ao/à cristão/ã obter o equilíbrio para orar e refletir sobre o turbilhão de emoções arraigadas no seu interior semelhantes a um vulcão em vias de erupção. Esta, portanto, é a paz que deve ser o árbitro no coração daqueles/as que resolveram seguir a Jesus Cristo. Este árbitro, também chamado de Paz de Cristo, tira dúvidas, acalma a aflição, julga com sobriedade os assuntos em pauta e ajuda a pessoa lidar com suas limitações e fraquezas.

A solução simples, e não simplória, para as nossas complexidades é a Paz de Cristo como árbitro no nosso coração. O Deus descomplicado nos convida neste dia a darmos um passo para a Paz do seu amado Filho. Esta é a Boa Nova para nós hoje, o Evangelho que dá fim aos nossos vazios e ao nosso ego exaltado. Sejamos pacificados pelo Espírito Santo.

Graça, paz e bem!