quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O trânsito nosso de cada dia


Hoje, no Facebook, eu postei a seguinte mensagem:

 

“Eu quero enviar um cordial e efusivo amplexo ao Sr. Fernando Haddad. Moro em São Bernardo do Campo e trabalho em São Paulo. Essa rotina eu vivenciei durante 10 anos pegando ônibus cheio e, na maioria das vezes, viajando na escada. O transporte público ao qual utilizava era péssimo, entretanto veja pelo lado bom: nós nos tornamos íntimos a ponto da escadaria deste coletivo chamar-me pelo nome. Passado o tempo que mencionei, compramos um carro. Durante um período para ir trabalhar eu percorria de automóvel um percurso pela Anchieta que durava 30 minutos em média. O trânsito era pesado, mas dava para suportar. Mas a vida é uma caixinha de surpresas. Haddad, um homem iluminado, resolveu criar uma faixa exclusiva para ônibus na área urbana da Anchieta. Que lindo! Que nobre! Eu e diversos trabalhadores residentes no ABC Paulista, que vende sua força de trabalho no município de São Paulo, aprendemos a lição neste período eleitoral em agosto de 2014: use o transporte coletivo, rápido, contudo lhe deixa amassado e cansado; ou opte pelo transporte particular, egoísta, elitizado, que lhe faz ficar parado muitas horas no trânsito e ainda lhe oferece em todas as rádios do seu veículo o programa eleitoral gratuito. Hoje o tempo que gastei na Anchieta foi de 1 hora e 12 minutos. Não! Não fique triste Haddad! Os 'marronzinhos' estavam distribuídos em todo o percurso cumprindo os seus ofícios com empenho e profissionalismo".  

Para pensar e praticar uma pastoral urbana sensível é preciso, também, considerar a situação que descrevi acima e que é a realidade de muitas outras pessoas. 

Graça, paz e bem!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Evangelho, Mano Brown e Zona Norte


Era o ano 2000, zona norte, fundão. De um lado, estava a molecada da igreja que escutava Rap e vivia imersa na “cultura” Hip-Hop. E de outro, estava eu querendo dialogar com os adolescentes e jovens. Eis a minha sacada: conhecer um grupo de referência para aqueles “manos” e “minas”. Aí eu tomei contato pela primeira vez com o Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay, os “Racionais Mc’s”. Primeiro ouvi o CD “Sobrevivendo no Inferno” de 1997, posteriormente “Ao vivo – Racionais” de 2001 e o duplo “Nada como um dia após o outro dia” de 2002. Para quem ouvia “Iron Maiden”, “Metallica”, “Megadeth” e “Slayer” alguém poderia dizer que nada mais poderia chocar, mas a história foi outra. Os “Racionais” gritavam duras verdades que num primeiro momento me deixaram muito mal, fui a “nocaute”. Eu não imaginava que poderia ver e ouvir profetas tão contundentes. A minha orelha esquentou. Depois fui pegando gosto... Gostei... Passei a dialogar com os “manos” e as “minas” e até ganhei apelidos de alguns: “Mano Ed” e “Edantfil”. Eu deveria ter patenteado os nomes.  

Eu só escrevi este pequeno texto porque hoje cedo eu recebi o link de uma entrevista que o Mano Brown deu para o Pânico: https://www.youtube.com/watch?v=7o_SwZQzORE
 
Valeu “Trutas”! É "nóis ca's nossas tretas"!

Graça, paz e bem!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Sistemáticas, riso e Caminho


Tudo bem... é meu ofício... Mas quanto mais eu leio as sistemáticas teológicas e o que dizem os defensores sutis ou aguerridos das mesmas... em alguns momentos eu rio e em outros eu me contento apenas com a vontade de rir a fim de não ofender as “pessoas sérias” (rsrs). Agora, a crise de riso se instala quando asseveram que o debate se dá exclusivamente no campo das ideias e vejo as atitudes e o semblante do pessoal da “reta doutrina”, “mais do que reta doutrina”, “não tão reta doutrina”, “quase mais ou menos reta doutrina” etc. Bastava-nos ser do Caminho.

Graça, paz e bem!