sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Uma Igreja relevante

Eu gosto de ler e refletir sobre as narrativas dos evangelistas bíblicos a respeito da maneira como Jesus Cristo vivia, demonstrava e anunciava a Boa Notícia aos diversos grupos sociais. Ele se esmerava em falar sobre as coisas de Deus respeitando a realidade dos homens e das mulheres que se punham a ouvi-lo. A linguagem e os exemplos utilizados por Ele faziam todo o sentido para aqueles que estavam ao seu redor.

O Mestre se valia dos recursos didáticos da época. O seu ensino era marcado por histórias, exemplos, parábolas e metáforas. Aliás, não podia ser diferente disso se de fato quisesse ser compreendido. Cristo não abria mão dos fundamentos espirituais e por isso se relacionava com todos sem medo. Esta postura fez com que Jesus fosse alvo de comentários maldosos estrategicamente pensados como: comilão; beberrão; amigo de arruaceiros, pobres, prostitutas, publicanos, doentes, vagabundos; etc.

A mensagem e os atos de Jesus eram adequados à realidade das pessoas do primeiro século. Tamanha adequação fez com que políticos e religiosos daquela época o odiassem e tramassem o seu assassinato. Por outro lado, crianças, mulheres, analfabetos, intelectuais, pescadores, artesãos, roceiros, comerciantes, pobres, ricos, descrentes e religiosos ao experimentarem a libertação, o perdão e a salvação de Jesus passavam a amá-lo e segui-lo.

Posteriormente, após a ressurreição, o Espírito Santo continua atualizando a mensagem cristã, falando às pessoas em seus contextos e suscitando líderes que estejam firmados no Evangelho, sejam sensíveis à Sua voz, procurem atualizar a Mensagem para a contemporaneidade, confiem na obra salvífica do Senhor, dêem respostas cristãs às demandas das pessoas que vivem no século XXI e ajudem homens e mulheres a transformarem a Boa Notícia em atos concretos.

Ao olhar para todas as palavras e ações do Deus Trino na Bíblia concluo que Ele respeitou a existência e a cultura de cada um dos seus servos. O Senhor esperava a melhor hora para agir, escolhia as palavras certas e dava exemplos precisos por amor. Posso afirmar que Ele foi e continua sendo um exímio hermeneuta.

Para que uma igreja seja relevante para o seu contexto é de suma importância firmar-se no Evangelho, ousar dialogar com a realidade e adequar-se à cultura das pessoas que serão evangelizadas. Para tanto, a comunidade cristã não pode se fechar em seus modelos litúrgicos, em seus preconceitos, em suas formas administrativas, em suas burocracias, em seus tradicionalismos e em seus misticismos.

Apesar da existência de grupos cristãos que se fecharam a ponto de enrijecer-se e rechaçar a realidade social e outros que trocaram o Evangelho por um “Jesus” pós-capitalista, golpista e “desatador de nós”, a Igreja de Jesus Cristo não pode se curvar a estas posturas. A Igreja tem que levar a sério o lema da Reforma Protestante: “Igreja reformada sempre reformando”.

Que Deus ajude a mim e a você a encarar o mundo atual e a servi-lo segundo os valores do Evangelho.

Graça, paz e bem!

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