Às vezes a Igreja de Cristo é maltratada. Não é de hoje que uma instituição eclesiástica (que de quando em vez não tem cara de Igreja) precisa se ater a questões burocráticas, administrativas e legais. Em meio a tudo isto existem as infantis disputas pelo adulto poder adúltero (tão amplamente discutidas por Karl Marx, Max Weber e Pierre Bourdieu – só para exemplificar) que, embora legítimas, enojam aqueles/as que amam o Evangelho. Perdem-se nas burro-cracias, enfartam-se pelo poder-sem-amor-nem-pudor, extasiam-se quando dobram as nossas dobres leis dobradas e vangloriam-se pelo apaixonante vernáculo tecnicista de cunho juridiquês, administrês, teologiquês, economês indiscutivelmente mais apaixonado por si do que pelas simples Palavras Sagradas que libertam, curam, restauram e salvam. Não há cordis que consiga expressar tamanha ignomínia.
A oração poderia ser uma solução para tais bestialidades. (Desculpe-me, mas eu gosto de me iludir com a simplicidade-complexa das Boas Novas.) Se a Igreja precisa se adequar às exigências institucionais hodiernas está na hora dela fazer a parte que lhe cabe neste latifúndio conforme aprendeu quando ainda caminhava face-a-face com Jesus Cristo. Antes de decidir algo a confraria cristã age, ora, medita, discerne, age, ora... Para tanto, não dá para fazer as coisas com tanta-velocidade-e-superficialidade. Por outro lado, eu não estou falando daquela oração de descarrego que se faz tão mecanicamente antes das refeições para que gulosos corpos esfomeados se empanturrem o mais breve possível. Trata-se do ora et labora (ora e trabalha) como um estilo de vida. Orar para não cair-em-tentação. Orar para deixar de ser pior que uma besta e parceiro/a da Besta. Orar para discernir. Orar para agir. Orar para adorar e louvar. Orar para amar. Orar para viver. Orar para permanecer orando.
Ao orarmos nos achegamos a Deus e experimentamos um pouquinho do Céu. Sob a oração, usamos do poder para servir ao Senhor e ao/à próximo/a. Movidos/as pela oração nos valemos das muitas Ciências para bemtratar a Igreja. Passamos a ser portadores/as de uma Graça que transforma a tendência infernal de embrenharmo-nos no cinismo e atuarmos egoisticamente. Deixamos rastros de Céu por onde passamos. Rastejamos mesmo. Rastejamos a fim de que não nos esqueçamos da terra carente de vida e do Senhor de toda a Vida que, dentre várias outras coisas, do pó da terra fez gente como a gente. Que o Espírito Santo sopre nas empoeiradas Palavras de Vida e estas, por sua vez, nos ajude a viver em oração. Podemos começar como as crianças: Papai do Céu, muito obrigado...
Graça, paz e bem!
quinta-feira, 28 de junho de 2007
A Igreja maltratada
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Um comentário:
Como o Luiz Ramos disse que um pastor disse lá no CLAI (e é do tipo de dito que se ouve sempre de terceiros ou de ouvir dizer...), devíamos abrir uma Igreja sem Besteira! Sem reunião, comissão, "favoráveis digam sim e os contrários digam não", esses mantras esquizofrênicos de quem só sabe defender posto e status quo mesmo que de terceiros...
Belo texto, Edemir.
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